Passos lentos: o progresso na equidade de gênero em ciência e tecnologia
O mês de agosto é, todo ano, um importante símbolo na luta pela igualdade de gênero. No seu 26° dia, comemora-se o Dia Internacional da Igualdade Feminina, data escolhida em alusão à ratificação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (26 de agosto de 1789) e que tem por principal objetivo, a reflexão acerca das conquistas femininas.
Apesar de ser uma efeméride muito simbólica, a data está longe de ser comemorativa. De fato, muitas conquistas foram feitas ao longo dos anos mas, ainda sim, os avanços correm a passos lentos e a sociedade ainda está muito longe de atingir a igualdade total entre os gêneros. Essa desigualdade reflete-se fortemente em diversos campos sociais e um deles é a ciência. Seja na academia ou no mercado de trabalho, as mulheres enfrentam uma série de dificuldades para se afirmar e ocupar espaços que sempre foram, majoritariamente, tidos como masculinos.
Ainda que a trajetória da ciência e tecnologia seja marcada por descobertas e trabalhos realizados por mulheres – partindo de Ada Lovelace, responsável por elaborar o primeiro algoritmo para ser executado por uma máquina, passando por Marie Curie, pioneira nas pesquisas sobre radioatividade, até Katie Bouman, cientista que elaborou um algoritmo capaz de registrar a primeira foto de um buraco negro -, é evidente que relação entre gênero, ciência e tecnologia, historicamente, se deu de forma desigual, proporcionando, assim, a invisibilidade das mulheres na história das ciências.
Segundo a professora da ECT e pesquisadora Carla Cabral, responsável pelo projeto Indicadores de ciência, tecnologia e gênero: um olhar sobre a região Nordeste do Brasil, a contribuição que muitas mulheres tiveram acabou não reconhecida na história da ciência. A pesquisa consiste em produzir tabelas e gráficos para expressar a segregação territorial e hierárquica presente na relação de gênero, ciência e tecnologia no Brasil. Conhecer políticas de gênero das universidades nordestinas, compará-las e construir indicadores de gênero, ciência e tecnologia, área de conhecimento e liderança na pesquisa, são objetivos do projeto.
Números que refletem a desigualdade
Uma indicador é um número que representa a situação social, cultural e/ou historicamente situada das mulheres nas áreas científicas. De acordo com a pesquisadora, através desses números é possível observar dois tipos de segregação: a territorial, que se dá pela maior presença de homens que mulheres em áreas de conhecimento; e a hierárquica, ou seja, à medida que se sobe nos níveis hierárquicos da pesquisa científica, o número de mulheres diminui. Por exemplo, são poucas mulheres com bolsa de pesquisadora 1A (nível de maior prestígio) da CNPQ, especialmente em áreas como engenharia; ou o número de mulheres que ocupam altos cargos de gestão, como reitorias das universidades federais no país.
Ao longo dos anos, o estudo de ciência e tecnologia se deu de forma que exclui a participação feminina, dificultando mais ainda o acesso das mulheres a tais estudos. “Ao pensar em gênero como variável importante para construir estatísticas, quebramos a lógica da ciência neutra”, afirma a pesquisadora. Ainda segundo ela, também é possível trabalhar com o indicador como uma forma objetiva de chamar atenção para complexos fenômenos históricos, sociais e culturais que os números ensejam.
Pluralidade feminina na ciência e tecnologia
Ao fazer análises sobre a participação feminina em áreas STEM (da sigla em inglês: Science, Technology, Engineering and Mathematics), é preciso levar em consideração vários fatores, tais como: cor, raça, identidade de gênero, maternidade e situação econômica-social. Esses pontos influenciam diretamente na forma que as mulheres atuam no desenvolvimento científico.
No estudo da história da ciência, quando observamos os grandes feitos realizados por mulheres, é notório que a participação de negras é quase nula. Esse fato se dá por questões históricas. No Brasil, por exemplo, a primeira mulher a se formar em uma universidade foi Rita Lobato Velho Lopes, no ano de 1887, e a escravidão foi abolida apenas em 1888
Segundo o CNPq, a proporção de mulheres negras que integram as pesquisas científicas é de 15% para 32% brancas e, quando partimos para analisar a proporção de bolsas de pesquisa de produtividade, a diferença é muito maior, de 3% de negras para 27% de pesquisadoras brancas. Os números levantados são preocupantes levando em consideração que a população negra corresponde a 54% no Brasil.
Um olhar local
Em 1993 o CNPq realizou o primeiro censo para obter o número de pesquisadores, mas a variável sexo, tratada como gênero na pesquisa coordenada por Carla Cabral, só foi incluída dois anos depois, em 1995. Segundo dados fornecidos pela pesquisadora, em 2010 a proporção de pesquisadores e pesquisadoras era a mesma, mas ao fazer uma análise profunda nas áreas de engenharia, encontramos a discrepância de 20.505 mulheres enquanto o de homens é de 57.757.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a presença de mulheres se destaca nas áreas de pesquisa relacionadas a saúde, biologia e educação. De acordo com dados de 2014 do Sistema de Gestão Integrada de Atividades Acadêmicas (SIGAA), em relação à docência, o número de mulheres lecionando em centros acadêmicos de engenharia é mínimo. No caso de alguns cursos de engenharia, como Engenharia Mecatrônica, o número de professoras é zero. Analisando os discentes, no curso de Ciências e Tecnologia, dos 1226 ingressantes em 2019, apenas 278 são mulheres.
“Acho que já tenho uma importância por ser uma estudante de engenharia, já que antes era bem difícil ter mulheres na área. Hoje tenho várias amigas que estudam comigo e buscam a mesma coisa.” relata Jamili Lemos, graduanda em C&T e diretora administrativa da Include, empresa júnior do Centro de Tecnologia da UFRN.
Porém, aumentar o número de mulheres ingressantes nas universidades não é o suficiente para garantir a igualdade de gênero, tanto em pesquisas, quanto em outros níveis de poder. É necessário criar um ambiente de discussões sobre os padrões masculinos na engenharia, assim como buscar formas de entender e disseminar que a ciência não é neutra nesse aspecto.
É importante a criação de redes de suporte para mulheres que já estão nos cursos das áreas STEM. Na UFRN, por exemplo, temos o grupo Mulheres na Engenharia UFRN (WiE, sigla em inglês), associado ao Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEE) e que visa dar apoio a mulheres que estão inclusas nas áreas de ciências exatas e engenharias, através de workshops, eventos, mesas redondas e outros encontros.
Apesar de bons exemplos, pesquisas como a da professora Carla denunciam o quanto ainda está distante a equidade de gênero nesses espaços. É necessário, portanto, o diálogo sobre tais questões, visando a busca de soluções que melhorem urgentemente o atual cenário e assim as mulheres sintam-se encorajadas e confortáveis para produzir, sem qualquer tipo de opressão.
Fonte: Ascom CET.
UFRN começa comunicações sobre aquisições de retomada
A Pró-Reitoria de Administração (Proad) realizou o primeiro comunicado oficial aos dirigentes de unidades da UFRN dando o início ao Projeto de Aquisições de Retomada, como parte das providências previstas no Protocolo de Biossegurança com vistas ao retorno de atividades presenciais na Instituição. Nesta quarta-feira, 26, a Secretaria de Gestão de Projetos (SGP) promove a primeira de uma série de reuniões para coleta de dados junto às unidades com o mesmo propósito. Até a primeira semana de setembro, serão realizados contatos e comunicações para que esse processo aconteça com o máximo de agilidade.
Coordenado pela SGP, o Projeto de Aquisições de Retomada acontece em parceria com as diretorias de Compras e Logística, ambas da Proad, e a Divisão de Vigilância à Saúde e Segurança no Trabalho (DIVIST), da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp). Iniciado no final de julho, foram realizadas frentes de trabalho para identificação dos itens e gêneros que serão necessários para garantia da biossegurança da comunidade acadêmica. No início de agosto, o projeto começou a ser elaborado e buscou levantar as necessidades de aquisições e contratações do Protocolo, que serão coletadas junto à comunidade de forma participativa, com todos os setores.
De acordo com a equipe de execução do projeto, o trabalho será colaborativo, pois as demandas serão coletadas junto às unidades a partir das suas especificidades, com base no Protocolo de Biossegurança. Entre as aquisições previstas, estão equipamentos de proteção individual e coletiva, produtos sanitizantes, sinalizações de segurança e disponibilização de barreiras físicas entre outros gêneros, de acordo com a especificidade das unidades (laboratórios, restaurantes, espaços coletivos, transportes etc) e as condutas contidas no Protocolo.
Fonte: Agecom UFRN.
A SGP informa ainda que o projeto de compras vai caminhar sob três perspectivas: diagnóstico de itens e unidades demandantes na UFRN; levantamento junto à comunidade; e formalização do plano de aquisições, contando sempre com a participação das unidades.
Pesquisa busca avaliar qualidade de vida da população brasileira
Reunir informações que permitam avaliar a qualidade de vida da população brasileira. Esse é o objetivo de um questionário que está sendo aplicado pelo Laboratório de Avaliação e Intervenção Respiratória (Laire/UFRN) do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Os interessados em contribuir com essa coleta de dados devem responder um conjunto de questões que, entre outros itens, busca avaliar o nível de ansiedade, de depressão e de satisfação com relação à vida. O questionário está disponível on-line, neste link.
Direcionado para a comunidade acadêmica (estudantes, professores, técnico-administrativos, terceirizados), o questionário resulta da tradução e adaptação transcultural de um instrumento de pesquisa desenvolvido originalmente no idioma inglês chamado Global Person-Generated Index (GPGI). A ideia é que a partir das respostas fornecidas pelos voluntários brasileiros a essa versão do GPGI também seja possível avaliar como alguns fatores individuais podem influenciar na qualidade de vida. Por isso, o participante também é indagado sobre distúrbios do sono, estado geral de saúde, problemas respiratórios e condição socioeconômica.
De acordo com a coordenadora do Laire/UFRN, professora Karla Morganna, a pesquisa vai permitir fazer um mapeamento de aspectos determinantes para a qualidade de vida da população. Também vai ser possível comparar os resultados desse questionário – que é individualizado – com outros instrumentos que avaliam as condições de vida de forma genérica. Isso vai permitir auxiliar o trabalho de equipes de saúde, orientar a elaboração de políticas pública e a atuação de instituições na área da saúde. “O motivo que nos leva a fazer este estudo está relacionado à necessidade da adaptação e validação de um questionário para a população brasileira que avalie a qualidade de vida de forma válida, confiável e individual para cada sujeito”, complementou.
Fonte: Agecom UFRN.
Huawei promove curso gratuito de Inteligência Artificial nesta quinta
A Huawei, líder global em soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), desenvolveu uma série de cursos gratuitos para estudantes e profissionais nas áreas de Inteligência Artificial e Cloud Computing (Computação em Nuvem). O primeiro curso começa no dia 27 de agosto (próxima quinta) e será ministrado pelo Gerente de Produto de TI, Filipe Testa, que vai abordar Inteligência Artificial, suas aplicações online e offline, e como essa tecnologia pode alavancar empresas e novas carreiras profissionais.
As inscrições serão feitas para cada treinamento e as vagas são limitadas. Para participar, basta se inscrever pelo link: https://event.webinarjam.com/register/71/oxl32sm8.
A aula no dia 27 de agosto começa às 18:30h (horário de Brasília), com duração e 1h30. “Sabemos que em nossa missão de construir um Brasil e um mundo inteiramente conectado e inteligente é preciso prover inovação em tecnologia e preparar as pessoas para criarem conosco as soluções que vão possibilitar respostas melhores às necessidades pessoais e das empresas”, comentou Testa, que será o instrutor da primeira sessão.
O profissional atua na Huawei Brasil na unidade de negócios de Cloud & AI, sendo responsável pelo portfolio de IT (Computing x86, ARM, AI - Storage - Private & Public Cloud).
O curso sobre Inteligência Artificial irá abordar os seguintes tópicos:
Serviço: Curso Gratuito de Inteligência Artificial
Data: quinta-feira, 27 de julho de 2020
Horário: 18:30h (horário de Brasília)
Inscrições: https://event.webinarjam.com/register/71/oxl32sm8
Sobre a Huawei
A Huawei é líder global em soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e uma das 100 marcas mais valiosas do mundo de acordo com a Forbes. A companhia tem a visão de enriquecer a vida das pessoas por meio da comunicação e é dedicada à inovação centrada no cliente. Com sólidas parcerias com a indústria local, a Huawei está comprometida com a criação de valor para operadoras de telecomunicações, empresas e consumidores, oferecendo produtos e soluções de alta qualidade e inovação em mais de 170 países e territórios. Com mais de 190 mil funcionários em todo o mundo, a empresa atende mais de um terço da população mundial. Há 22 anos no Brasil, a Huawei é líder no mercado nacional de banda larga fixa e móvel por meio das parcerias estabelecidas com as principais operadoras de telecomunicações e possui escritórios nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Recife, além de um centro de distribuição em Sorocaba (SP) e um Centro de Treinamento em São Paulo.
Projeto Ser Criança apresenta encontros online sobre psicologia infantil
Projeto Ser Criança, da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA) realiza nesta quarta-feira, 26 de agosto, encontro remoto sobre psicologia infantil, abordando o tema O brincar, o brinquedo e suas representações e significações, com a participação da professora Soraya Nunes, mestre em Psicologia Social, e do pedagogo Thiago Wenzel, Especialista em Neuro-aprendizagem.
Encontro debate psicologia infantil
Voltado ao público infantil cujos pais buscam psicoterapia na unidade da UFRN, em Santa Cruz, o projeto objetiva proporcionar encontros psicoterapêuticos com crianças e seus respectivos pais ou responsáveis, viabilizando a identificação de possíveis demandas, acolhimento e atendimento, de modo a promover a saúde mental dos pequenos. O encontro desta quarta-fira sera o primeiro do projeto.
Por conta da pandemia da covid-19 e do consequente isolamento social, a ação sofreu adequações na execução passando para encontros online semanais, com a discussão de temas relacionados à psicologia infantil com a presença de profissionais das áreas de psicologia e educação.
O projeto de Extensão Ser criança é coordenado pela professora Luciana Medeiros, com a participação de estudantes e servidores da FACISA. O Ser Criança é apresentado no instagran do projeto @sercriança.UFRN
Fonte: Agecom UFRN.
O apoio da FUNPEC para novos pesquisadores
13/03/2020 08:05 por André Maitelli