Sonhos na pandemia: um mundo em descoberta

16/11/2020 12:39


As incertezas e angústias geradas pela covid-19 atingiram o cotidiano de milhões de pessoas ao redor do mundo. O receio da contaminação impulsionou o uso de plataformas virtuais que possibilitam transmissões em tempo real, mas mesmo quando não são mediadas por telas de computador ou celular, as interações sociais agora precisam seguir protocolos de segurança para evitar a propagação do novo coronavírus. Além de desencadear episódios de ansiedade, irritabilidade e outros desequilíbrios emocionais, a atual crise sanitária também afetou rotinas de trabalho e renda de famílias. Como se não bastasse, até os sonhos sofreram com as consequências.

É o que a neurocientista Natalia Mota, do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vem pesquisando. Em estudo coordenado por ela, foram identificadas mudanças no padrão de relatos de sonhos durante o período de isolamento social em 67 voluntários. Os resultados mostram o aumento na quantidade de palavras relacionadas aos termos  ‘contaminação’ e ‘limpeza’, em comparação com relatos de sonhos coletados antes da pandemia. “Nossa hipótese é de que esses sonhos refletem sofrimento mental, medo do contágio e mudanças nos hábitos cotidianos”, explica Natalia.

O estudo teve início no ano passado, antes mesmo de se ter conhecimento sobre a pandemia, com objetivo de analisar a relação entre sonhos e saúde mental, por meio de aplicativo desenvolvido por Natalia durante o doutorado. Porém, com a Covid-19 atingindo o Brasil, o enfoque da pesquisa foi redirecionado, a fim de comparar os sonhos ocorridos entre março e abril de 2020 com relatos que já haviam sido obtidos no final de 2019.


Para investigar essas  narrativas, os termos ‘contaminação’ e ‘limpeza’ não precisavam, necessariamente, aparecer nos relatos dos voluntários, ressalta a neurocientista. A análise é feita por meio de sistemas computacionais, nos quais o fluxo de palavras dos sonhos coletados são examinados matematicamente em forma de grafos, que revelam a construção semântica da história do sonho. Em uma situação hipotética, bastaria o voluntário contar que sonhou que estava todo sujo para que um algoritmo associasse semanticamente a palavra ‘sujo’ com ‘contaminação’.


Essa maior frequência da aproximação semântica dos relatos com as palavras ‘contaminação’ e ‘limpeza’ devido ao período pandêmico é justificada no campo da neurociência, no qual se considera que os sonhos têm duas funções. A primeira é a de ser um mecanismo fisiológico para metabolizar as emoções, fazendo com que as pessoas lidem melhor com seus sentimentos. Enquanto a segunda função é a de treinar o sonhador para desafios futuros.


“Quando você tem um desafio importante para enfrentar, é possível resgatar essa informação durante o sonho, gerando uma memória reelaborada com outros aspectos baseados na sua vivência, dando a oportunidade de se buscar novas soluções para aquele problema”, contextualiza Natalia. Por isso, o fato dos sonhos pandêmicos remeterem a ‘contaminação’ e ‘limpeza’ indica uma forma dos sonhadores tentarem lidar com a ‘vida real’. 

“As peculiaridades desses sonhos durante a pandemia estão relacionadas ao nível de sofrimento emocional provocado pelo distanciamento social. Aquelas pessoas que apresentaram mais dificuldade em lidar com a quarentena e manter suas relações com amigos e familiares foram as que mais tiveram sonhos ligados à ideia de limpeza”, relata Natalia Mota.

De acordo com a pesquisadora, quanto mais desafios o ser humano tem, mais informações entram em seu universo onírico. “O sonho faz sentido para aquele que sonha”, diz, e, por isso, ela recomenda que as pessoas tentem lembrar de seus sonhos ao acordar e anotem em um diário para que suas memórias sejam analisadas com mais cuidado e criatividade. Ao fazer isso, pode ser uma nova forma para olhar os desafios que estão sendo vivenciados.

Assim como o hábito de se ‘forçar’ a lembrar dos sonhos escrevendo os detalhes destes quando se acorda para exercitar o cérebro a se recordar mais do que foi sonhado, a própria qualidade do sono contribui para isso. “A lembrança da atividade onírica está relacionado ao sono também, quem dorme bem tem mais facilidade em se recordar de seus sonhos”, conta a pesquisadora.

Para se ter ideia, sonhamos de quatro a seis vezes durante o sono. Segundo Natalia, os sonhos não são exclusivos da fase de sono REM, também acontece na fase de sono de ondas lentas, ainda que os que acontecem em sono REM sejam mais longos e profundos. É impossível lembrar de um repertório tão grande, mas com uma boa rotina de sono, talvez se torne mais fácil ter sonhos mais tranquilos e que ajudem a superar os desafios do dia a dia.

*Reportagem originalmente produzida e publicada durante o I Programa de Mentoria para Jovens Jornalistas da Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Ciência (RedeComCiência). 


   
   







UFRN promove ciclo gratuito de formação para gestores públicos

16/11/2020 12:38


O Departamento de Administração Pública e Gestão Social (DAPGS), com a apoio do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública (PPGP) da UFRN, realiza a partir da próxima terça-feira, 17, o I Ciclo de Formação para Gestores Públicos: Possibilidades do Planejamento Estratégico na Administração Pública. O curso é gratuito, aberto ao público, e as inscrições podem ser feitas pelo Sigaa.

A ação tem por objetivo capacitar gestores públicos do RN nas esferas municipais, estaduais e federal no tema de planejamento estratégico e no uso das suas ferramentas. O curso será ofertado em dois módulos (mini-cursos), cada um com seis horas apenas para inscritos/as, por meio do Google Meet. Serão três encontros em cada módulo, totalizando seis. Como cada módulo será ofertado por mini-curso, a inscrição é independente. 

A programação inclui formações com pesquisadores e especialistas de instituições como a UFRN, Ministério Público do RN, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS) e do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do RN. Outras informações podem ser consultadas no e-mail: fabio.resende@ufrn.edu.br 

Confira a programação completa:

MÓDULO 01 – Planejamento Estratégico e Desenvolvimento Institucional

17/11/2020 — A elaboração do Planejamento estratégico 2018-2023 do Ministério Público do Rio Grande do Norte.

Horário:  20h30—22h30

Wilton Alves Pequeno. Ministério Público do RN. Gerente de Gestão Estratégica. 

19/11/2020 

Gestão de Custos na Administração Pública: implementação do Sistema de Informações de Custos do Governo Federal (SIC) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS).

Horário:  20h30—22h30 

Reinaldo Santos de Oliveira Junior. Gestor Financeiro no IFS.

24/11/2020

A Experiência da elaboração e monitoramento do Plano Gestão da UFRN.

Horário:  20h30—22h30 

André Morais Gurgel. Secretaria de Projetos da UFRN. Docente da UFRN. 

MÓDULO 02 – Planejamento Estratégico e Segurança Alimentar e Nutricional

08/12/2020 

A descentralização da elaboração dos planejamentos participativos: a experiência das conferências públicas do CONSEA-RN.

Horário:  20h30—22h30 

Jean Pierre Tertuliano Câmara. Presidente do CONSEA-RN. 

 10/12/2020 

A Experiência da Formulação do Plano Estratégico de Combate a Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Escolares de Santa Cruz/RN.

Horário:  20h30—22h30. 

Soraya Helena Penha do Nascimento, nutricionista egressa da UFRN; e Kelly Alerziane de Lima, nutricionista egressa da UFRN.

15/12/2020 

Formulação do Plano Estratégico para Otimização da Implementação do Nutrisus em Creches do Município de Currais Novos-RN. 

Horário:  20h30—22h30  

Wedjilla Fortunato de Medeiros/UFRN.

Fonte: Ascom CCSA.


   
   







Pics em Casa abre inscrições para práticas terapêuticas

16/11/2020 12:33


A Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp) da UFRN, por meio da sua Divisão de Qualidade de Vida no Trabalho (DQVT) abre inscrições, a partir das 12h desta segunda-feira, 16, para as práticas terapêuticas do projeto Pics em Casa. A próxima edição acontece na sexta-feira, dia 20. Os servidores interessados devem se inscrever, até o dia 19, pelo SIGRH, no caminho  Menu Servidor > Capacitação> Inscrições > Realizar Inscrição.

Esta semana, serão oferecidas as seguintes práticas: Lian Gong – Prática Corporal Chinesa; Meditação Constelação Familiar – O Quarto e o Quinto Círculos do Amor; Hatha Yoga; e Dança do Sagrado Feminino; 

Os links para as atividades serão enviados para o email dos servidores no dia anterior ao evento, assim como a confirmação de participação na atividade. 

O Pics em Casa é uma adaptação do projeto Pics na Praça, que nasceu de uma parceria entre dois projetos da UFRN, o Programa Viver em Harmonia, da Progesp, e o Cuidados de Atenção em Práticas Integrativas e Complementares (Capic), do Lapics. As práticas terapêuticas e integrativas são realizadas todas as semanas, às sexta-feiras, de forma remota.

Para quem desejar mais informações, pode entrar em contato pelo telefone (84) 99474-6674 ou pelo e-mail viveremharmonia@reitoria.ufrn.br.

Fonte: Agecom UFRN.


   
   







UFRN discute sobre cotas étnico-raciais em seleções de estudantes

16/11/2020 12:31


Com o intuito de discutir a implantação das bancas de heteroidentificação na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para os próximos processos seletivos de estudantes, o I Seminário sobre Cotas Étnico-Raciais na UFRN será realizado a partir das 14h desta quarta-feira, 18 de novembro, no Canal da UFRN no Youtube.

Gratuito e aberto a toda sociedade, o evento é organizado pelo Grupo de Trabalho de Heteroidentificação, juntamente com as Pró-Reitorias de Graduação (Prograd) e de Pós-Graduação (PPG), além da Secretaria de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (SBTT), sob a coordenação das professoras do Centro de Educação (CE-UFRN), Vândiner Ribeiro, e da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (Facisa-UFRN), Mercês de Fátima dos Santos Silva.

A abertura do Seminário contará com a participação da pró-reitora de Graduação da UFRN, Maria das Vitória de Sá, e a apresentação cultural do grupo Nação Zambêracatu. Em seguida, o tema Cotas Étnico-Raciais na UFRN será discutido por Dyane Brito Reis Santos, professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Alexandro Silva de Jesus, professor do Departamento de Antropologia e Museologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); e Cledson Severino de Lima, Técnico Educacional da Unidade de Educação das Relações Étnico-Raciais (Unera) da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco (Seduc-PE); sob a mediação da professora do CE-UFRN, Vândiner Ribeiro.

Para acompanhar a discussão, não precisa efetuar inscrição. Os interessados devem somente acessar o Canal da UFRN no Youtube, no dia e horário previstos, e podem contribuir enviando comentários pelo chat ao vivo.

Currículo dos palestrantes

– Dyane Brito Reis Santos: Professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Docente permanente do Mestrado em Política Social e Territórios (UFRB), é colaboradora do Mestrado Profissional em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas e do Programa de Pós Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Universidade (Universidade Federal da Bahia – UFBA). Com pós-doutorado em Sociologia pela USP, é doutora em Educação (UFBA), mestre em Ciências Sociais (UFBA) e possui graduação em Ciências Sociais pela (UFBA). Atuou como pesquisadora da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e do Ministério da Educação (MEC) sobre assuntos relativos às Ações Afirmativas e sobre a implementação curricular “História e Cultura Afro-Brasileira” na região do Semiárido Brasileiro.

– Alexandro Silva de Jesus: Professor do Departamento de Antropologia e Museologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Possui graduação em História pela Fundação de Ensino Superior de Olinda, mestrado em História pela UFPE e doutorado em Sociologia (UFPE). Suas pesquisas problematizam as políticas para a cultura desenvolvidas em espaços de decolonialidade e as relações entre pesquisa e ética.

– Cledson Severino de Lima: Técnico Educacional da Unidade de Educação das Relações Étnico-Raciais (Unera) da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco (Seduc-PE). Graduado em Pedagogia, História e Geografia, com especialização em Políticas de Promoção da Igualdade Racial na Escola pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e em Ensino de História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), é mestrando em Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente, é membro da Afrocentricidade Internacional no Brasil (AI-Brasil) e pesquisador do Laboratório de Educação para as Relações Étnico-Raciais da UFPE.

– Vândiner Ribeiro: Professora de Pedagogia da UFRN, no Departamento de Práticas Educacionais e Currículo e no Programa de Pós-Graduação em Educação. Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É mestre em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e doutora em Educação pela (UFMG). Possui experiência na formação de professores do campo e da cidade e nas discussões sobre culturas, cotidiano, classes multisseriadas, movimentos sociais e educação do campo. Atualmente tem se dedicado, sobretudo, aos estudos de currículo e gênero em diversos artefatos culturais e na escola.

Fonte: Ascom Reitoria.


   
   







LAIS seleciona bolsista da área de tecnologia para novo projeto

12/11/2020 10:51


O Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) seleciona bolsista para o novo projeto intitulado Pesquisa aplicada para integração inteligente orientada ao fortalecimento das redes de atenção para resposta rápida à sífilis. Para se inscrever, o candidato deve se atentar às orientações do edital e acessar a Plataforma de Processos Seletivos do LAIS, até o dia 30 de novembro. 

Há 50 vagas para alunos de graduação ou pós-graduação em ciências da computação, engenharia de computação, tecnologia da informação, tecnologia em análise e desenvolvimento de sistemas, sistemas de informação, engenharia mecatrônica e engenharia elétrica.

O selecionado terá uma jornada de 20h semanais, com remuneração de R$ 2 mil, com atividades voltadas a soluções tecnológicas em diversas áreas, desde Sistemas da Informação a Big Data e Inteligência Artificial.

Além disso, as atividades da pesquisa em que o bolsista atuará poderão ser feitas tanto presencialmente na universidade como em regime de home office, contando ainda com viagens nacionais e internacionais para o desenvolvimento do projeto.

Os resultados da primeira fase estão previstos para o dia 11 de dezembro.

Fonte: Agecom UFRN.


   
   










Matéria Veiculada na TV Câmara sobre os 40 anos da FUNPEC





Destaque das Colunas


O apoio da FUNPEC para novos pesquisadores

13/03/2020 08:05 por André Maitelli





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