Descoberta científica melhora eficácia para diagnóstico de doença renal
Uma nova modalidade de teste rápido para detecção de possíveis lesões renais é a nova tecnologia desenvolvida dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A descoberta é pensada para a realização de um diagnóstico precoce, bem como nos casos de acompanhamento da doença renal, e tem características de não invasividade, rapidez, melhor sensibilidade e especificidade do que a tradicional avaliação que é baseada na relação albumina e creatinina no exame urinário. Esta relação, aliás, pode apresentar-se alterada de maneira inespecífica em condições, como por exemplo, devido à alta ingestão de proteínas, esforço físico intenso, estresse, febre ou infecção aguda.
“Na urina, é possível detectar proteínas renais que indicam a lesão renal, onde a proteína alvo será capturada por anticorpos específicos que se encontram imobilizados em uma membrana, sendo conhecido como método de captura ou ‘sanduíche’. Atualmente, um dos principais desafios é o diagnóstico precoce da doença renal, uma vez que a presença de albumina na urina é detectada de forma tardia, em fase onde já se tem um dano avançado em podócitos e túbulos renais, bem como a doença renal já instalada. Desta forma, a presençana urina de proteínas provenientes dos próprios podócitos, tais como a nefrina, podocina e WT-1, e dos túbulos renais, como a megalina,tem sido apontada como potenciais biomarcadores precoces da doença renal, as quais antecedem a presença da albumina na urina. Essa identificação pode ser feita através deste novo método”, explicou a cientista Adriana Augusto de Rezende, uma das inventoras da nova tecnologia.
Para termos uma ideia, aproximadamente 13 milhões de brasileiros apresentam algum grau de problema renal, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), com uma taxa de crescimento anual que gira em torno de 10%.
Citados pela pesquisadora, os podócitos tem como essencial função restringir a passagem de proteínas do sangue para a urina, enquanto que os túbulos renais atuam na reabsorção tubular, essas estruturas desempenham importantes funções para a filtração sanguínea.
Pontuando que o teste funciona de maneira semelhante aos conhecidos testes de gravidez, por se basear no método de detecção de proteínas na urina, Adriana esclareceu que a doença renal desenvolve-se a partir de alterações estruturais nas regiões glomerulares e tubulares, atingindo, justamente, os podócitos e túbulos renais, os quais são os principais componentes da barreira de filtração glomerular e do sistema de reabsorção tubular, respectivamente, sendo essas fundamentais funções desempenhadas pelos rins. “Uma vez danificadas, essas regiões perdem suas funções de maneira irreversível, sendo o diagnóstico precoce de suma importância para um bom prognóstico do paciente”, frisou a docente do curso de Farmácia.
A invenção rendeu o pedido de depósito de patente denominado “Teste rápido para a detecção isolada ou simultânea de nefrina, podocina, WT-1 e megalina na urina”, que tem como autores Karla Simone Costa de Souza, Marcela Abbott Galvão Ururahy, Ony Araújo Galdino, Iago de Souza Gomes, José Bruno de Almeida, César Endrigo Silva de Andrade e Maurício Galvão Pereira, além da própria Adriana Rezende. O pedido de patente é fruto de pesquisa nos Programas de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas e em Ciências da Saúde, sendo o desenvolvimento realizado no Laboratório de Biologia Molecular (LABIOMOL), coordenado por Adriana Rezende, unidade vinculada ao Departamento de Análises Clinicas e Toxicológicas do curso de Farmácia.
O depósito do pedido desta patente passa a integrar o portfólio de ofertas tecnológicas da UFRN, disponível para acesso em www.agir.ufrn.br. O diretor da Agência de Inovação (Agir), Daniel de Lima Pontes, explicou que as orientações e explicações a respeito dos aspectos para patentear uma determinada invenção, neste período de pandemia, são dadas através do e-mail patente@agir.ufrn.br.
“Temos percebido nos últimos anos que os professores estão com maior cuidado em proteger suas invenções através do patenteamento. Aqui na Universidade, eles contam com um cenário amplamente favorável, haja vista o suporte que a UFRN propicia neste processo”, afirmou o diretor. Adriana Rezende sublinhou, por sua vez, que as patentes acadêmicas têm ganhado notoriedade no estabelecimento de políticas públicas em um ambiente caracterizado por inovações e que é vital a aproximação da academia com o meio produtivo, como estratégia fundamental para a inovação.
Fonte: Ascom Agir-UFRN.
FUNPEC debate sobre a nova gasolina no Brasil em live
A Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura-FUNPEC realiza nesta quinta (13), às 19h, a terceira edição de uma série de lives com o tema central "A Ciência e a Pesquisa na Pandemia". Nesta quinta, o Coordenador do Laboratório de Combustíveis e Lubrificantes (LCL-UFRN), Prof. Valter Fernandes, é o convidado. O tema abordado será "O Trabalho da Pesquisa Durante a Pandemia e a Nova Gasolina no Brasil". O bate papo será sempre realizado no instagram da FUNPEC, o @funpecrn. A cada semana, a FUNPEC trará um novo convidado para debater sobre diversos assuntos e aspectos dentro da ciência e pesquisa.
LIVE - "O Trabalho da Pesquisa Durante a Pandemia e a Nova Gasolina no Brasil"
-13 de agosto (quinta)
-19h
-No instagram da FUNPEC @funpecrn
Estudo relaciona depressão a processo inflamatório
Animador e pioneiro em seus resultados. Assim é classificado um estudo que utiliza a ayahuasca como solução clínica para a depressão resistente ao tratamento convencional. Além de controlar os sintomas depressivos logo um dia após a administração, a substância ocasionou redução de marcadores de inflamação, o que abre caminhos novos na pesquisa de psicodélicos.
Publicado no Journal of Psychopharmacology, o artigo é um desdobramento de uma pesquisa que mostrava o efeito antidepressivo da ayahuasca, realizada por Fernanda Palhano, do laboratório de Neuroimagem Funcional do Instituto do Cérebro (ICe/UFRN). Porém esse estudo partiu da seguinte pergunta: por que ele se dá tão rapidamente? Para investigar tal questão, foram analisadas amostras de sangue e saliva de quatro grupos: 14 pacientes tratados com a ayahuasca, outros 14 com placebo, além de 45 voluntários sem o transtorno que receberam uma substância ou a outra.
Em um intervalo de apenas 48 horas, os pacientes e voluntários tratados com a ayahuasca apresentaram diminuição do perfil inflamatório em relação aos que tomaram o placebo. O biomarcador utilizado para demonstrar essa melhora foi a Proteína C-Reativa, que apresentou redução em seus níveis diante da ayahuasca, sendo correlacionada à melhora dos sintomas depressivos.
Essa proteína é produzida no fígado como resposta a toda ativação de uma cascata inflamatória e, portanto, não é uma exclusividade do organismo das pessoas com depressão. No entanto, a resistência ao tratamento por parte desses pacientes, que somam cerca de 30% dos casos, vêm sendo associada a uma inflamação crônica moderada. Não chega a ser forte como a reação imunológica a um vírus, mas é prolongada e, consequentemente, maléfica.
De acordo com Nicole Leite Galvão-Coelho, professora do Departamento de Fisiologia e Comportamento (DFS/UFRN) e autora principal do artigo, a pesquisa apresenta perspectivas interessantes para o uso de substâncias psicodélicas, aumentando seus horizontes de aplicação.
“Os resultados são bem animadores porque mostram os meios pelos quais esses psicodélicos atuam, reforçando que, além de eles estarem sendo benéficos para sintomas depressivos, também estão melhorando vias fisiológicas alteradas que precisam ser equilibradas para restabelecer a homeostase do indivíduo. Temos de trabalhar mente e corpo na depressão, pois é tudo interligado”, explica a pesquisadora.Não somente animadores, os resultados do estudo são ainda pioneiros. Foi o primeiro ensaio clínico com psicodélico controlado com placebo, o chamado teste duplo cego, a mostrar em humanos um efeito anti-inflamatório. “Com isso, o já efervescente campo de pesquisa com substâncias psicodélicas pode ganhar novos horizontes de aplicação, indo além dos transtornos mentais”, prevê Draulio Araújo, chefe do laboratório de Neuroimagem Funcional, do Instituto do Cérebro (ICe) da UFRN.
Com indicação prévia desse efeito anti-inflamatório em estudos teóricos, testes in vitro e em modelos animais, a expectativa de que tais resultados se reproduzissem também em humanos era grande. A professora Nicole, porém, ressalta que a pesquisa precisa continuar para alcançar dados mais abrangentes, embora essas informações já signifiquem um avanço importante.
“Nós achamos para um marcador inflamatório, mas não encontramos para outros, como a interleucina 6, e isso pode ter acontecido por ter sido apenas uma investigação pontual desses biomarcadores no sangue. Precisamos analisar outros pontos após o tratamento para vermos as respostas de diferentes biomarcadores, se elas mudam ao longo do tempo. É o início, trouxe resultados favoráveis, mas necessitamos de mais estudos”, afirma a professora.
Benefícios da ayahuasca
Talvez mais facilmente lembrada entre o grande público como o chá do Santo Daime, graças ao uso religioso que este grupo faz da bebida, a ayahuasca é uma infusão da casca do cipó liana e de outras plantas, em especial a chacrona. A bebida é amplamente difundida entre povos indígenas amazônicos e faz parte da sua medicina tradicional. Do ponto de vista legal, sua regulamentação mais recente no Brasil é de 2010, com permissão de uso para fins ritualísticos.
Pesquisadores, por sua vez, vêm estudando ainda mais a ayahuasca e os seus possíveis benefícios para a saúde. Além dos efeitos anti-inflamatórios, as amostras moleculares analisadas por Nicole e Bruno Lobão, professor do Departamento de Biofísica e Farmacologia (DBF/UFRN), outras consequências interessantes da administração da substância foram encontradas.
Principal hormônio responsável pelo estresse, o cortisol teve seus níveis regulados também após 48 horas em pacientes de depressão. A ayahuasca agiu ainda sobre a proteína conhecida como BDNF. Relacionada à neuroplasticidade, capacidade do sistema nervoso de se adaptar diante de novas experiências e estímulos, essa proteína teve seus níveis elevados, o que não se repetiu no grupo tratado com placebo. Ambas as conclusões geraram artigos anteriormente publicados na revista científica Frontiers.Por todos esses motivos, o momento é de bastante otimismo para estudiosos dos psicodélicos. Frente ao fato de serem substâncias proibidas na maioria dos países, ocasionando alguma marginalização e um certo arrefecimento nas pesquisas por décadas, Nicole acredita que se vive atualmente uma ressurgência desses estudos e com resultados muito satisfatórios não só da ayahuasca, mas também do LSD e da Psilocibina.
“Abrimos as portas, mostrando que os psicodélicos são também anti-inflamatórios. Quem sabe no futuro não poderemos ter o uso deles no tratamento de doenças autoimunes, por exemplo, que têm um perfil inflamatório muito alto? É o início, temos muito a descobrir e mais estudos a serem feitos, mas com certeza esse estigma será derrubado com ciência, com estudos sérios, de qualidade, pois é assim que se quebram as barreiras”, conclui a pesquisadora.
Fonte: Agecom UFRN.
HUAB promove Semana Mundial do Aleitamento Materno 2020
O Hospital Universitário Ana Bezerra (Huab) é conhecido por sua grande capacidade de realizar eventos de cunho formativo e informativo destinado aos seus diversos públicos. Neste mês de agosto passou a utilizar seu canal de vídeos no Youtube para realização da sua Semana Mundial do Aleitamento Materno, que destaca o tema Apoie o Aleitamento Materno para um Planeta Mais Saudável.
No início das ações relativas ao Agosto Dourado, o Huab apresentou a Semana Mundial do Aleitamento Materno – Huab 2020, de 1º a 7 de agosto, em transmissões ao vivo pela Internet. Aconteceram palestras proferidas por diversos profissionais ligados à área do aleitamento, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais e também mães com relatos de experiências vividas.
Foram 5 dias de intensa atividade no canal do Youtube do hospital, com uma excelente participação dos internautas durante e depois das transmissões. Muitos foram as manifestações de satisfação com os temas discutidos, elogios ao evento em si, além da possibilidade de se tirar dúvidas sobre o que foi dito pelos palestrantes. Ao final foi disponibilizado no Youtube o vídeo Mamaço Virtual 2020 com imagens de colaboradoras do Huab amamentando seus filhos.
Cerca de 150 pessoas participaram das ações, durante os 5 dias de transmissões. Já as visualizações dos vídeos que ficaram gravados ultrapassaram 5 mil acessos, até a publicação desta matéria. Números bastante expressivos para um evento que utilizava este formato pela primeira vez. Os interessados em ver ou rever as palestras apresentadas, acesse o Canal do Huab no Youtube.
Passada a primeira semana, o Agosto Dourado continua com a seguinte programação:
01/08 a 31/08 – Divulgação nas TV’s do hospital do vídeo Mamaço Virtual 2020 e convite permanente para utilização de camisas e máscaras alusivas ao evento.
03/08 a 10/08 – recebimento das artes dos adolescentes dos colégios de Santa Cruz, que participam do concurso de Artes relacionadas ao Aleitamento Materno
10/08 a 14/08 – foco dos trabalhos no incentivo a doação de leite materno
17/08 – Lançamento do curso IHAC Ead – para os colaboradores do Huab
17/08 a 21/08 – Atividades lúdicas
24/08 a 28/08 – Eleição da melhor arte sobre o aleitamento materno
31/08 – Divulgação da arte vencedora e entrega do prêmio.
Fonte: Ascom HUAB.
Projeto premia iniciativas contra a corrupção
Seguem abertas até o dia 17, as inscrições para o Prêmio Não Aceito a Corrupção que busca estimular a academia – estudantes e professores – a aprofundar a discussão sobre conceitos e soluções práticas relacionadas à corrupção e seu combate no Brasil. O melhor projeto de cada categoria será premiado com R$ 6 mil, além de menção honrosa. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) estimula a ação por meio do Movimento Articulado de Combate à Corrupção (MARCCO), do qual faz parte.
Iniciativa conjunta do Instituto Jatobás e do Instituto Não Aceito Corrupção, o prêmio é destinado a estudantes universitários de graduação e pós-graduação que buscam contribuir para a sensibilização, a mobilização e a divulgação dos conceitos relacionados ao tema do combate à corrupção.
Podem participar, individualmente ou em equipes de até 3 integrantes, estudantes maiores de 18 anos, regularmente matriculados durante o ano letivo de 2020 ou formados em 2019 em cursos de graduação ou pós-graduação de instituições de ensino superior brasileiras e estrangeiras. A participação de professores se dá por meio da orientação das equipes inscritas. Não há limite de equipes orientadas.
A atuação dos interessados se dá por meio de três categorias: Acadêmico, voltada para artigos acadêmicos, estudos de caso, pesquisas, ou outro projeto acadêmico; Tecnologia, para quem tem atuação na área de tecnologia e tenha versões executáveis finalizadas de aplicativos móveis disponíveis para Android e iOS; e Comunicação, destinada a peças digitais de comunicação que possam vir a ser veiculadas em diferentes tipos de mídias, entre elas redes sociais. Em todas as categorias, o material dever ser produzido exclusivamente em língua portuguesa.
Fonte: Agecom UFRN.
O apoio da FUNPEC para novos pesquisadores
13/03/2020 08:05 por André Maitelli