Estudo alerta para mudanças drásticas no oceano Atlântico em 2050

07/10/2020 08:20


Nos próximos 30 anos, a distribuição e a alimentação dos peixes herbívoros vai passar por mudanças drásticas no oceano Atlântico. Por conta do aquecimento das águas oceânicas, tende a diminuir a densidade de peixes se alimentando na região tropical, migrando para outras áreas com temperaturas mais amenas, modificando o ecossistema marinho e trazendo impactos também para atividades como pesca e turismo, inclusive no litoral brasileiro.

Tal previsão é feita por cientistas do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGECO) e do Departamento de Oceanografia e Limnologia (DOL) da UFRN em artigo intitulado Interações tróficas se expandirão geograficamente, mas serão menos intensas em um oceano mais quente, publicado nesta terça-feira, 6, no periódico científico Global Change Biology.

Ao se alimentarem, os peixes herbívoros controlam a quantidade de algas e outros organismos nos recifes, mantendo o ambiente equilibrado. O estudo, porém, alerta que esse equilíbrio está em acelerada ameaça. Com as águas mais quentes, as interações tróficas desses peixes, ou seja, a forma como se movimentam e a intensidade com a qual buscam comida, devem se modificar, podendo acontecer em outras regiões, diminuindo a diversidade desses ambientes.

Dessa forma, paisagens conhecidas pela exuberância, como os parrachos de Maracajaú, no Rio Grande do Norte, as piscinas naturais de Porto de Galinhas, em Pernambuco, e o Caribe, América Central, vão perder essa característica até 2050. Isso porque os recifes, antes habitados por corais, podem ser completamente tomados por algas, graças às mudanças de comportamento dos peixes.


“O aumento de temperatura pode levar os peixes a uma sobrecarga fisiológica em relação ao comportamento e à alimentação deles. Por exemplo, em um dia de calor, nós ficamos mais lentos e perdemos a fome, então seria algo semelhante com os peixes. Um ambiente mais quente pode fazer com que eles não apresentem um desempenho tão bom como têm atualmente”, explica a pesquisadora do Laboratório de Ecologia Marinha do DOL e autora principal do artigo, Kelly Inagaki.

E de quanto é essa elevação da temperatura nos oceanos? No litoral potiguar, por exemplo, a atual média anual é de 27º-28º, devendo ficar entre 28º-30º em 2050 e podendo passar dos 30º em 2100. A velocidade crescente dessa variação, somada às ondas de calor cada vez mais frequentes, oferece um desafio grandioso à habilidade de resistência da vida marinha.

“Este cenário é extremamente preocupante porque ultrapassa a tolerância máxima de diversas espécies marinhas. Diferente de um lagarto que se abriga na sombra quando está muito quente, corais e peixes tem muita dificuldade e, geralmente, não conseguem encontrar esses refúgios, por isso são extremamente vulneráveis ao aquecimento”, alerta o pesquisador do DOL, professor Guilherme Longo, autor correspondente do artigo

Para chegar às conclusões descritas no estudo, os pesquisadores fizeram mais de mil vídeos subaquáticos em recifes desde a Carolina do Norte, nos EUA, até Santa Catarina, no sul do Brasil. A partir dessas imagens, foram identificadas ocorrência, abundância e pressão de alimentação dos peixes sobre o recife. Então eles aplicaram modelos matemáticos para projetar como essas variáveis devem se comportar diante do aquecimento dos oceanos previstos para 2050 e 2100.

Com uma abrangência geográfica que inclui os dois hemisférios do oceano Atlântico, o estudo pode ser considerado pioneiro ao obter uma amostragem de campo dessa magnitude. Segundo Guilherme longo, foi isso que possibilitou a abordagem sobre as interações ecológicas com tamanha base dados, possivelmente uma das maiores já registradas.

“Até o momento, não conhecemos nenhum trabalho projetando respostas de interações ecológicas às mudanças climáticas em uma escala espacial tão ampla. A previsão de mudanças tão drásticas em interações ecológicas importantes, podendo levar ao surgimento de recifes com cobertura muito diferentes do que conhecemos hoje, é alarmante”, afirma o pesquisador.

Pesca e turismo

Não bastasse o impacto ambiental, tais mudanças têm potencial para afetar o turismo e a pesca na região. Os recifes oferecem refúgio e alimento para grande parte do pescado que consumimos, a exemplo do sirigado, da cioba e de polvos e lagostas. Além disso, os passeios subaquáticos como atividade econômica importante que são para o Rio Grande do Norte dependem de um ambiente saudável e com beleza cênica.

“Uma das potenciais consequências da perda de interações é tornar os recifes homogêneos, ou seja dominados por poucos organismos, com menos peixes e pouco diverso. Mergulhadores buscam por ambientes saudáveis e diversificados. Por isso essas mudanças na paisagem subaquática podem ser tão preocupantes para a pesca e o turismo”, detalha o pesquisador.

Nas palavras de Guilherme Longo, “o cenário é complexo e a situação alarmante, mas não dá para jogar a toalha”. Nesse sentido, o pesquisador explica que, além de avaliar cuidadosamente projetos e condutas ambientais dos representantes da população nas esferas municipal, estadual e federal, é extremamente importante diminuir a emissão de gases de efeito estufa, como gás carbônico e metano.

“Precisamos rever nossos padrões de consumo, reduzindo o uso excessivo de veículos e o consumo de carne bovina, além de reduzirmos outros impactos locais sobre os recifes como poluição, pesca e uso desordenado. Reduzindo essas ameaças locais, aumentamos as chances de resistência e recuperação da vida marinha aos impactos globais”, ressalta o professor Guilherme.

Seguindo a mesma linha, Kelly Inagaki afirma que é possível desacelerar esse processo controlando melhor o uso dos recursos naturais e tendo mais atenção a hábitos individuais do cotidiano. “Aquilo que nós colocamos dentro de casa e sai pelo ralo de alguma forma vai chegar ao mar, ou seja, temos de pensar isso como um ciclo no qual tudo está interligado”, conclui a pesquisadora.

Também assinam o artigo os pesquisadores Maria Pennino, do Instituto Oceanográfico Espanhol (Espanha), Mark Hay, do Georgia Institute of Technology (Estados Unidos), e Sergio Floeter, da Universidade Federal de Santa Catarina. Interessados em ler o artigo na íntegra podem solicitar o arquivo aos pesquisadores pelo e-mail guilherme.o.longo@gmail.com.

Fonte: Agecom UFRN.


   
   







Programa "FUNPEC em Ação!" entrevista pró-reitor de extensão da UFRN

06/10/2020 11:19



O programa "FUNPEC em Ação!" terá como entrevistado nesta quinta (08), o professor Graco Aurélio Viana. O pró-reitor de extensão da UFRN e pesquisador falará sobre as atividades e planejamento após assumir o cargo há alguns meses, bem como sobre as atividades de pesquisa desenvolvidas no estudo das microalgas. O programa vai ao ar às 12h30, na rádio Universitária FM 88,9.

Graco é pesquisador do departamento de oceanografia onde desenvolve uma pesquisa desde 2012, apoiada pela Petrobras e administrada pela FUNPEC, na transformação de microalgas em biocombustível. No bate papo ele explica como acontece o processo e como está o andamentos dos estudos. O programa "FUNPEC em Ação!" vai ao ar na rádio universitária FM, às 12h30. Em seguida, estará disponível em podcast nas principais plataformas( https://open.spotify.com/show/1FXmSDaepRXJrwErCBkwFX).

FUNPEC em Ação!

O programa é uma iniciativa da Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura com o objetivo de divulgar de maneira simples e leve a ciência, tecnologia e inovação desenvolvida no estado, por meio de projetos de ensino, pesquisa e extensão gerenciados administrativamente pela FUNPEC. O programa vai ao ar sempre com um novo entrevistado, às quintas-feiras, às 12h30, na Rádio Universitária FM.


   
   







Prazo para prestação de contas do Auxílio Instrumental é prorrogado

06/10/2020 10:51


A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proae) da UFRN publicou uma retificação ao edital 004/2020.1, relativo ao Auxílio Instrumental em tecnologia de informação (TI) e alterou o prazo para envio das informações necessárias para prestação de contas dos beneficiados. Dessa forma, o prazo final para o envio da documentação  foi definido para o dia 5 de novembro de 2020. 

O Auxílio Instrumental é concedido para que os alunos possam adquirir equipamento tecnológico para acompanhar as aulas em formato remoto. Conforme prevê o edital, na prestação de contas, o aluno deve enviar a nota fiscal, contendo CNPJ, nome do beneficiário, data da compra e valor do produto, para o e-mail auxilioinstrumental@reitoria.ufrn.br. Deve indicar ainda o nome completo e matrícula do estudante. 

Na primeira publicação, o edital previa o prazo de trinta dias, a partir do depósito bancário, para envio da documentação. De acordo com a Proae, a prorrogação foi tomada com o objetivo de atender a demanda de estudantes que tiveram dificuldades em encontrar os produtos nas lojas locais ou aqueles que ainda estão na espera de receber equipamentos adquiridos pela internet. 

As informações com a retificação do edital estão disponibilizadas no site da Proae.

Fonte: Agecom.


   
   







Mês do Servidor da UFRN reflete sobre “O lado simples da vida”

06/10/2020 10:50


Em alusão ao Dia do Servidor Público, comemorado em 28 de outubro, a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp) da UFRN está realizando a 9a edição do Mês do Servidor. Parte da programação, na tarde desta segunda-feira, 5 de outubro, ocorreu o webinário de abertura sobre O lado simples da vida, com a palestrante Viviane Teles, que é membro do templo espiritualista e mestre em Usui Reiki Ryoho.

O reitor José Daniel Diniz Melo reforçou que a Progesp tem se dedicado, com muito carinho, pela valorização dos servidores, a exemplo dos eventos em alusão ao Dia do Servidor Público. O gestor lembrou que, nesta 9a edição do Mês do Servidor, as comemorações acontecem virtualmente com diversas ações de promoção da qualidade de vida no trabalho, preservando o distanciamento social.

A pró-reitora de Gestão de Pessoas, Mirian Dantas dos Santos, falou sobre os desafios e as lições que a pandemia trouxe ao trabalho, levando a uma reconexão com o lado simples da vida. Na mesma perspectiva, o pró-reitor adjunto da Progesp, Joade Cortez, refletiu sobre a necessidade de repensar o que realmente importa nas nossas vidas para que possamos melhorar enquanto pessoas e servidores públicos.

Sob a mediação da chefe da Divisão de Qualidade de Vida no Trabalho (DQVT), Gilvânia Morais, o webinário teve como tema O lado simples da vida, com a participação de Viviane Teles, que é membro do templo espiritualista e mestre em Usui Reiki Ryoho. A palestrante falou sobre a importância de meditar sobre o que precisamos, que não necessariamente é o que queremos, alertando ainda sobre a consciência de que vivemos em comunidade e que nossas ações causam impactos no planeta. Confira a palestra completa no canal da Progesp no Youtube. Outras informações podem ser obtidas através do 99474-6674 ou pelo e-mail viveremharmonia@reitoria.ufrn.br.

Fonte: Ascom Reitoria.


   
   







Pós em Enfermagem abre seleção para mestrado

06/10/2020 10:48


Nesta segunda-feira, dia 5, começa o período de inscrição para seleção de mestrado do Programa de Pós-graduação em Enfermagem (PPGEnf). As inscrições são feitas exclusivamente via internet, no Sistema Integrado de Gestão das Atividades Acadêmicas (SIGAA), até às 17h do dia 14 de dezembro. A taxa é de 100 reais e o pagamento deve ser feito por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU). O edital e o formulário para se inscrever podem ser acessados neste link.

O PPGEnf do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) atua, em nível de mestrado, na área de concentração Enfermagem na Atenção à Saúde. As duas linhas de pesquisas disponíveis são: Enfermagem na Vigilância à Saúde e Desenvolvimento Tecnológico em Saúde e Enfermagem. Estão sendo ofertadas 18 vagas, sendo 14 destinadas à ampla concorrência e duas para demanda de ações afirmativas (na modalidade raça negra/preta ou parda ou indígenas ou quilombolas ou pessoas com deficiência – oriundos de escolas públicas).

O processo seletivo consta de cinco etapas obrigatórias. A primeira é a homologação das inscrições. A segunda é a avaliação do Currículo Lattes/CNPQ. A terceira analisa o projeto de pesquisa do candidato. A quarta consiste na argüição sobre o projeto de pesquisa. E a quinta está relacionada à heteroidentificação, o que implica na avaliação documental e de fenótipo dos candidatos inscritos para vagas étnico-raciais.

O resultado de cada etapa do processo seletivo será divulgado na área do candidato na página eletrônica do processo seletivo no SIGAA. A previsão é que a seleção seja concluída e os resultados finais sejam divulgados na primeira semana de março de 2021.

Fonte: Ascom CCS.


   
   










Matéria Veiculada na TV Câmara sobre os 40 anos da FUNPEC





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O apoio da FUNPEC para novos pesquisadores

13/03/2020 08:05 por André Maitelli





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