UFRN promove ciclo de Leituras Dramáticas virtual
O Departamento de Artes (Deart) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realiza de 28 a 30 de setembro o 4º Palavrar alive – ciclo de leituras dramáticas. Devido ao momento de isolamento social por causa da pandemia de covid-19, a edição deste ano será realizada por via remota, através de lives em salas da plataforma Zoom, às 20 horas. Os ingressos gratuitos poderão ser obtidos pelo site.
Participam do Palavrar deste ano, além de docentes-artistas e discentes do Deart, a companhia de teatro convidada Casa de Zoé, com Titina Medeiros, Nara Kelly e Múcia Teixeira. Dirigidas por César Ferrario, as atrizes lerão a peça As centenárias, de Newton Moreno, na abertura, dia 28. Do corpo docente, participam do evento em outras leituras os professores Naira Ciotti, Melissa Lopes e André Carrico, do Deart e Cláudio Queiroz, do Instituto do Cérebro.
Para esta edição foram selecionados textos e uma performance que abordam a passagem do tempo e a morte, o amor à distância e a relevância da ciência para a sociedade. Cada leitura do Palavrar será seguida de um breve debate com a plateia. A ideia do projeto é ser didática, levar a palavra dramática tanto para o público habituado a ela quanto para quem nunca foi ao teatro. Espera-se, especialmente nesta modalidade remota, fomentar um público espectador e leitor de Teatro, abrindo espaço para uma experiência de partilha teatral e de democratização do acesso à arte pública e gratuita.
A identidade visual do evento é de Luiz Gonzaga Neto e Gabriel Gurgel Dimas, alunos do curso de Design, orientados pela professora Elizabeth Romani. O projeto tem produção de Raiana Paludo, teaser de Thiago Carrico e curadoria e coordenação geral do professor André Carrico.
O que é uma leitura dramática?
Leitura dramática é a montagem de um texto teatral sem, necessariamente, contar com a ação física completa. Mesmo nos casos em que o encenador ou grupo estabeleça uma marcação para o elenco, o texto e as rubricas não foram decorados como numa montagem finalizada. É uma montagem em processo, feita, no caso das lives, através de plataformas de encontro virtual.
PROGRAMAÇÃO
28/9 – As centenárias, de Newton Moreno. Direção: César Ferrario. Casa de Zoé: Titina Medeiros, Nara Kelly e Múcia Teixeira.
Carpideiras são mulheres contratadas para chorar por um defunto alheio. Na peça, ambientada num sertão arcaico e fantástico, duas dessas mulheres seculares, Socorro e Zaninha, de tanto lutarem nesse ofício, acabam aprendendo, entre outras coisas, a viver enganando a terceira personagem, a própria morte. Mas até quando?
29/9 – Leitos… memória tatuada. Corpo/instalação com Naira Ciotti e Erhi Araújo. Colaboração: Virgílio Bonfim.
A leitura é uma transmissão que desloca objetos e suportes para circular palavras de amor nesses novos tempos. Ambiente revisto, entre camas, travesseiros, fronhas, lençóis, bilhetes e recados, livros, vídeos, lives, tvs, tomados em meio à pandemia como pesquisa em arte da performance. Projetam o isolamento dos performers em seus escritos e recitativos, vasos e ampulheta. Papéis trocados entre amantes virtuais.
30/9 – Copenhagen, de Michael Frayn. Com Melissa Lopes, Claudio Queiroz e André Carrico. VJ: André Luiz Martins.
A peça trata do encontro entre o físico Niels Bohr, sua esposa Magrethe e Werner Heisenberg em Copenhagen em 1941. Apesar de ter ocorrido há quase 80 anos, sobrevém discussões a respeito do papel político do cientista a partir da recente descoberta da fissão nuclear e sua aplicação na construção de bombas. O texto possibilita alguns paralelos com o atual momento do Brasil e do mundo, em que se observa uma cristalização de opiniões em torno de visões extremistas de negação da validade da Ciência, enquanto o obscurantismo e o anticientificismo permeiam o debate público.
Fonte: Deart.