Laboratório da UFRN investe em tecnologia com multirrobôs
Pesquisadores do Departamento de Engenharia da Computação da UFRN aperfeiçoam há alguns anos uma tecnologia capaz de movimentar múltiplos robôs de maneira autônoma e sem interferência humana. Essa mesma tecnologia pode ser futuramente desenvolvida, por exemplo, para utilização em carros sem motorista.
O estudo é realizado no Laboratório de Robótica da UFRN, onde a pesquisa é aplicada no Projeto Futebol de Robôs, no qual alunos executaram o automatismo robótico na montagem de um time de futebol competitivo em uma modalidade específica para robôs, em que a equipe disputa a categoria IEEE Very Small Size Soccer (VSSS).
A utilização da tecnologia em atividades lúdicas como o futebol demonstra bons resultados, na medida em que atrai mais estudos e alunos para a pesquisa. Um desdobramento do projeto, chamado de Mulheres na Engenharia (MEG), é apresentado com sucesso em escolas da rede pública de ensino com a intenção de atrair mais mulheres para a área tecnológica (Leia aqui).
O pesquisador Daniel Morais explica que a mesma tecnologia usada no futebol poderia ser supostamente utilizada em carros autônomos onde um sistema embarcado com câmeras e múltiplos sensores podem auxiliar um carro a fazer o trajeto correto, sem interferência. “A gente pode aplicar esses conceitos de identificação de robôs, estratégias e desvio de obstáculos e aplicar isso em carros, por exemplo. Várias universidades já estudam novos métodos e técnicas para aprimorar essa tecnologia”, ressalta Daniel.
Futebol de Robôs
O professor Adelardo Adelino Medeiros, do Departamento de Engenharia de Computação e Automação, explica que o sucesso do projeto como pesquisa e extensão se deve ao fato do futebol de robôs ser um agente motivador lúdico, tendo um nível de complexidade suficientemente elevado para ser instigador e sendo, ao mesmo tempo, possível de ser compreendido por alunos da graduação e do ensino médio que estudam esse sistema.
As regras são simples: são três robôs posicionados em um campo de 1,50m x 1,20m, monitorados por uma câmera que fica presa sobre o centro do campo captando imagens e transmitindo para um computador. Começa aí a primeira fase da inteligência do sistema, que através de um software vai transformar os 300 mil pontinhos de dados recebidos e extrair as informações que vão apontar a localização e movimentação dos robôs e da bola dentro do campo. Como os times de robôs têm marcas coloridas diferentes, o software identifica separadamente as equipes e a partir disso faz os cálculos para o prosseguimento da partida.
“O programa é inteligente e possui estratégia de movimentação no jogo. Os robôs têm motores em cada roda e os sinais elétricos vão fazer com que o movimento seja mais rápido ou mais lento até chegar à posição que o jogador decidiu. No final, o resultado é bastante interessante porque você espera que o seu software faça um bom jogo e ganhe. Depois você vira torcedor”, finaliza Adelardo.
Fonte: Agecom/UFRN.