Bactérias resistentes podem ser detectadas em apenas 15 minutos

06/08/2020 09:34

Anastácia Vaz

Um artigo publicado esta semana no jornal Scientific Reports, do grupo Nature, sugere uma nova alternativa para detecção de resistência bacteriana que pode diminuir significantemente o tempo de resposta. Utilizando o método excitation‑emission matrix (EEM) fluorescence spectroscopy, combinado com outros multivariados tipos de classificação, uma equipe de pesquisadores da UFRN planeja reduzir para apenas 15 minutos o tempo para detecção de bactérias perigosas no organismo. O método de análise atualmente em uso, o antibiograma, pode demorar até três dias para oferecer o mesmo resultado.

O artigo Identification of resistance in Escherichia coli and Klebsiella pneumoniae using excitation emission matrix fluorescence spectroscopy and multivariate analysis sugere uma identificação mais rápida desta classe de bactéria, com uma taxa de sensibilidade e especificidade de 100%. O professor do Instituto de Química da UFRN, Kássio Michel Lima, é o coordenador da pesquisa e ressalta que o ganho de tempo em relação aos métodos tradicionais de análise acarretaria em simplificação do diagnóstico e no aumento de chances de recuperação dos pacientes.

“Os modelos mais satisfatórios alcançaram taxas de sensibilidade e especificidade de 100% para todas as classes, tanto para E. coli quanto para K. pneumoniae. Este trabalho demonstra que a metodologia proposta possui potencial promissor em análises de rotina, racionalizando os resultados e aumentando as chances de eficiência do tratamento”, sugere Kassio.

A E. coli e a K. pneumoniae são bactérias extremamente patogênicas e estão envolvidas em diferentes agravos infecciosos, desde uma simples infecção urinária até uma grave septicemia. De acordo com o professor do departamento de microbiologia e parasitologia da UFRN e pesquisador na área de resistência bacteriana, Renato Motta Neto, muitas destas bactérias desenvolvem resistência aos antibióticos convencionais, o que acaba dificultando o tratamento médico.

As duas bactérias fazem parte da família Enterobacteriaceae, sendo comuns fontes de infecções comunitárias e hospitalares e com alta resistência antimicrobiana. Este perfil de resistência tornou-se o principal problema de infecções de saúde pública. Determinar se uma bactéria tem resistência é fundamental para o tratamento correto do paciente.

O método iniciará em breve a fase III da pesquisa, onde fatores comparativos diversos serão aplicados. Após cumprir as etapas de teste e análises obrigatórias o método poderá então ser oferecido a rede pública de saúde.

Fonte: Agecom/UFRN.


   
   





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